quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Pedro, o Herege

Sim, Pedro, o apóstolo Pedro. Aquele que foi comissionado por Jesus, o Cristo, como a Pedra da Igreja (Mateus 16:18) se tornou um herege.
Isso na visão de alguns que acreditam que aqueles que interpretam algumas questões da Bíblia como sendo a única possível interpretação, e que aqueles que interpretarem de forma diferente deles estarão condenados ao inferno, bem como seus seguidores.
Coincidentemente, ou não, a maioria desses que conheço (e sigo em facebook, blogs e outras redes sociais), tem pouca ou quase nenhuma “fama” e buscam atacar aqueles que costumam aparecer mais no cenário evangélico ou não.
Para ser mais específico, sem citar nomes, apenas citando a questão, existem alguns que condenam alguns pastores que, mesmo não defendendo a teologia do Universalismo (a errada teologia que diz que todos serão salvos por Deus do inferno), nos fazem pensar em considerar a possibilidade de o julgamento de Deus ser diferente da forma que a interpretamos. Fazem-nos pensar “fora do quadradinho” desses pastores, que acham que a Bíblia é clara em tudo e não dá margem à diferentes interpretações.
Se assim o fosse, então Paulo, o apóstolo, quando repreendeu ao apóstolo Pedro sobre a questão de que comer carne não era objeto de salvação ou perdição (Gálatas 2) e Pedro não aceitou, continuando a defender a teologia vegetariana (kkkkk), então ele (Pedro) e seus seguidores deveriam ir para o inferno, e Pedro seria CULPADO pelo errado ensino das
Escrituras.
Particularmente, creio que teologias certas ou erradas não nos condenarão ao inferno. Pelo que entendo das Escrituras, creio que Deus não se preocupa com isso, mas que Ele se preocupa em que nosso coração e vida sejam DELE, somente DELE. A liberdade que Ele nos dá de pensar (e aí ela é pensar. Achar que saberemos tudo sobre o caráter, o julgamento e o pensamento de Deus é absolutamente RIDÍCULO) não muda o que Ele é ou o que faz. Nossas formas de ver e interpretar Deus são infinitamente inferiores àquilo que Deus é.
Óbvio que existem extremos. Mas como então devemos fazer para julgar essas formas de pensar e quem está certo ou errado? Jesus deixou algumas pistas, como, por exemplo, quando disse que devemos observas os frutos (Mateus 7:15-20). Outra é quando Ele disse que nem todo aquele que diz “Senhor! Senhor!” entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Deus (mesmo Mateus 7, versos 21 a 23).
Nisso é que devemos envidar esforços. Com isso devemos nos preocupar. Em fazer a vontade Dele. E qual é a vontade Dele? Simples: ame a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como à você mesmo. Retórico? Talvez, depende da forma como você interpreta a palavra amor.
Se você acha que amor é sentimento, sua vida cristã será de uma forma. Se você entende que amar é uma atitude, uma decisão, será outra. Espero que você possa ter os olhos abertos por Jesus para o fato de que amar não é sentimento, mas uma decisão, e que o próximo é qualquer outro ser humano criado por Deus à Sua imagem-semelhança (não é imagem “e” semelhança a melhor tradução, pois isso muda MUITA coisa em nossa vida cristã) e que isso significa que você não tem nenhum direito ou privilégio a mais que esse, mesmo que seu inimigo, mesmo que usado e possuído por Satanás, que a ÚNICA diferença é que você foi alcançado pela Graça e ele (queira Cristo que ainda) não.
Que possamos viver para Cristo, por Cristo, com Cristo e sob a orientação de Cristo.
Deus os abençoe...

(texto publicado originalmente em 11/2013)

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