quarta-feira, 4 de novembro de 2015

95 teses para a Igreja de nossos dias

1 – Reafirmamos a supremacia das Escrituras Sagradas sobre quaisquer visões, sonhos ou novas revelações que possam aparecer. (Mc 13.31)
2 – Entendemos que todas as doutrinas, idéias, projetos ou ministérios devem passar pelo crivo da Palavra de Deus, levando-se em conta sua total revelação em Cristo e no Novo Testamento do Seu sangue. (Hb 1.1-2)
3 – Repudiamos toda e qualquer tentativa de utilização do texto sagrado visando a manipulação e domínio do povo que, sinceramente, deseja seguir a Deus. (2 Pe 1.20)
4 – Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e que contém TODA a revelação que Deus julgou necessária para todos os povos, em todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores, sejam essas revelações trazidas por anjos, profetas ou quaisquer outras pessoas. (2 Tm 3.16)
5 – Que o ensino coerente das Escrituras volte a ocupar lugar de honra em nossas igrejas. Que haja integridade e fidelidade no conhecimento da Palavra tanto por parte daqueles que a estudam como, principalmente, por parte daqueles que a ensinam. (Rm 12.7; 2 Tm 2.15) .
6 – Que princípios relevantes da Palavra de Deus sejam reafirmados sempre: a soberania de Deus, a suficiência da graça, o sacrifício perfeito de Cristo e Sua divindade, o fim do peso da lei, a revelação plena das Escrituras na pessoa de Cristo, etc. (At 2.42)
7 – Cremos que o mundo jaz no maligno, conforme nos garantem as Escrituras, não significando, porém, que Satanás domine este mundo, pois “do Senhor é a Terra e sua Plenitude, o mundo e os que nele habitam”. (1 Jo 5.19; Sl 24.1)
8 – Cremos que a vitória de Jesus sobre Satanás foi efetivada na cruz, onde Cristo “expôs publicamente os principados e potestades à vergonha, triunfando sobre eles” e que essa vitória teve como golpe final a ressurreição, onde o último trunfo do diabo, a saber, a morte, também foi vencido. (Cl 2.15; 1 Co 15.20-26)
9 – Acreditamos que o cristão verdadeiro, uma vez liberto do império das trevas e trazido para o Reino do Filho do amor de Deus, conhecendo a verdade e liberto por ela, não necessita de sessões contínuas de libertação, pois isso seria uma afronta à Cruz de Cristo. (Cl 1.13; Jo 8.32,36)
10 – Cremos que o diabo existe, como ser espiritual, mas que está subjugado pelo poder da cruz de Cristo, onde ele, o diabo, foi vencido. Portanto, não há a necessidade de se “amarrar” todo o mal antes dos cultos, até porque o grande Vencedor se faz presente. (1 Co 15.57; Mt 18.20)
11 – Declaramos que nós, cristãos, estamos sujeitos à doenças, males físicos, problemas relativos à saúde, e que não há nenhuma obrigação da parte de Deus em curar-nos, e que isso de forma alguma altera o seu caráter de Pai amoroso e Deus fiel. (Jo 16.33; 1 Tm 5.23)
12 – Entendemos que a prosperidade financeira pode ser uma benção na vida de um cristão, mas que isso não é uma regra. Deus não tem nenhum compromisso de enriquecer e fazer prosperar um cristão. (Fp 4.10-12)
13 – Reconhecemos que somos peregrinos nesta terra. Não temos, portanto, ambições materiais de conquistar esta terra, pois “nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos a vinda do nosso salvador, Jesus Cristo”. (1 Pe 2.11)
14 – Nossas petições devem sempre sujeitar-se à vontade de Deus. “Determinar”, “reivindicar”, “ordenar” e outros verbos autoritários não encontram eco nas Escrituras Sagradas. (Lc 22.42)
15 – Afirmamos que a frase “Pare de sofrer”, exposta em muitas igrejas, não reflete a verdade bíblica. Em toda a Palavra de Deus fica clara a idéia de que o cristão passa por sofrimentos, às vezes cruéis, mas ele nunca está sozinho em seu sofrer. (Rm 8.35-37)
16 – Reafirmamos que, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, sendo os mesmos livres de quaisquer maldições passadas, conhecidas ou não, pelo poder da cruz e do sangue de Cristo, que nos livra de todo o pecado e encerra em si mesmo toda a maldição que antes estava sobre nós. (Rm 8.1)
17 – Entendemos que a natureza criada participa das dores, angústias e conseqüências da queda do homem, e que aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. (Rm 8.19-23)
18 – Reconhecemos a suficiência e plenitude da graça de Cristo, não necessitando assim, de quaisquer sacrifícios ou barganhas para se alcançar a salvação e favores de Deus. (Ef 2.8-9)
19 – Reconhecemos também a suficiência da graça em TODOS os aspectos da vida cristã, dizendo com isso que não há nada que possamos fazer para “merecermos” a atenção de Deus. (Rm 3.23; 2 Co 12.9)
20 – Que nossos cultos sejam mais revestidos de elementos de nossa cultura. Que a brasilidade latente em nossas veias também sirva como elemento de adoração e liturgia ao nosso Deus. (1 Co 7.20)
21 – Que entendamos que vivemos num “país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza”. Portanto, que não seja mais “obrigatório” aos pastores e líderes o uso de trajes mais adequados ao clima frio ou extremamente formais. Que celebremos nossa tropicalidade com graça e alegria diante de Deus e dos homens. (1 Co 9.19-23)
22 – Que nossa liturgia seja leve, alegre, espontânea, vibrante, como é o povo brasileiro. Que haja brilho nos olhos daqueles que se reúnem para adorar e ouvir da Palavra e que Deus se alegre de nosso modo brasileiro de cultuá-LO. (Salmo 100)
23 – Que as igrejas entendam que Deus pode ser adorado em qualquer ritmo, e que a igreja brasileira seja despertada para a riqueza dos vários sons e ritmos brasileiros e entenda que Deus pode ser louvado através de um baião, xote, milonga, frevo, samba, etc... (Sl 150)
24 – Que retornemos ao princípio bíblico, vivido pela igreja chamada primitiva, de que “ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.” (At 4.32)
25 – Que não condenemos nenhum irmão por ter caído em pecado, ou por seu passado. Antes, seguindo a Palavra, corrijamos a ovelha ferida com espírito de brandura, guardando-nos para que não sejamos também tentados. (Gl 6.1)
26 – Que ninguém seja culpado por duvidar de algo. Que haja espaço em nosso meio para dúvidas e questionamentos. Que ninguém seja recriminado por “falta de fé”. Que haja maturidade para acolher o fraco e sabedoria para ensiná-lo na Palavra. A fé vem pelo ouvir, e o ouvir da Palavra de Deus. (Rm 14.1; Rm 10.17)
27 – Que a igreja reconheça que são as portas do inferno que não prevalecerão contra ela e não a igreja que tem que se defender do “exército inimigo”. Que essa consciência nos leve à prática da fé e do amor, e que isso carregue consigo o avançar do Reino de Deus sobre a terra. (Mt 16.18)
28 – Cremos na plena ação do Espírito Santo, mas reconhecemos que em muitas situações e igrejas, há enganos em torno do ensino sobre dons e abusos em suas manifestações. (Hb 13.8; 1 Co 12.1)
29 – Que nossas estatísticas sejam mais realistas e não utilizadas para, mentindo, “disputarmos” quais são as maiores igrejas; o Reino é bem maior que essas futilidades. (Lc 22.24-26)
30 – Que os neófitos sejam tratados com carinho, ensinados no caminho, e não expostos aos púlpitos e à “fama” antes de estarem amadurecidos na fé, para que não se ensoberbeçam e caiam nas ciladas do diabo. (1 Tm 3.6)
31 – Que saibamos valorizar a nossa história, certos de que homens e mulheres deram suas vidas para que o Evangelho chegasse até nós. (Hb 12.1-2)
32 – Que sejamos conhecidos não por nossas roupas ou por nossos jargões lingüísticos, mas por nossa ética e amor para com todos os homens, refletindo assim, a luz de Cristo para todos os povos. (Mt 5.16)
33 – Que arda sempre em nosso peito o desejo de ver Cristo conhecido em todas as culturas, raças, tribos, línguas e nações. Que missões seja algo sempre inerente ao próprio ser do cristão, obedecendo assim à grande comissão que Jesus nos outorgou. (Mt 28.18-20)
34 – Reconhecemos que muitas igrejas chamam de pecado aquilo que a Bíblia nunca chamou de pecado. (Lc 11.46)
35 – A participação de cristãos e pastores em entidades e sociedades secretas é perniciosa e degradante para a simplicidade e pureza do evangelho. Não entendemos como líderes que dizem servir ao Deus vivo sujeitam-se à juramentos que vão de encontro à Palavra de Deus, colocando-se em comunhão espiritual com não cristãos declarando-se irmãos, aceitando outros deuses como verdadeiros. (Lv 5.4-6,10; Ef 5.11-12; 2 Co 6.14)
36 – Rejeitamos a idéia do messianismo político, que afirma que o Brasil só será transformado quando um “justo” (que na linguagem das igrejas significa um membro de igreja evangélica) dominar sobre esta terra. O papel de transformação da sociedade, pelos princípios cristãos, cabe à Igreja e não ao Estado. O Reino de Deus não é deste mundo, e lamentamos a manipulação e ambição de alguns líderes evangélicos pelo poder terreal. (Jo 18.36)
37 – Que os púlpitos não sejam transformados em palanques eleitorais em épocas de eleição. Que nenhum pastor induza o seu rebanho a votar neste ou naquele candidato por ser de sua preferência ou interesse pessoal. Que haja liberdade de pensamento e ideologia política entre o rebanho. (Gl 1.10)
38 – Que as igrejas recusem ajuda financeira ou estrutural de políticos em épocas de campanha política a fim de zelarem pela coerência e liberdade do Evangelho. (Ez 13.19)
39 – Que os membros das igrejas cobrem esta atitude honrada de seus líderes. Caso contrário, rejeitem a recomendação perniciosa de sua liderança. (Gl 2.11)
40 – Negamos, veementemente, no âmbito político, qualquer entidade que se diga porta-voz dos evangélicos. Nós, cristãos evangélicos, somos livres em nossas ideologias políticas, não tendo nenhuma obrigação com qualquer partido político ou organização que se passe por nossos representantes. (Mt 22.21)
41 – O versículo bíblico “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor” não deve ser interpretado sob olhares políticos como “Feliz a nação cujo presidente é evangélico” e nem utilizado para favorecer candidatos que se arroguem como cristãos. (Sl 144.15)
42 – Repugnamos veementemente os chamados “showmícios” com artistas evangélicos. Entendemos ser uma afronta ao verdadeiro sentido do louvor a participação desses músicos entoando hinos de “louvor a Deus” para angariarem votos para seus candidatos. (Ex 20.7)
43 – Cremos que o Reino também se manifesta na Igreja, mas é maior que ela. Deus não está preso às paredes de uma religião. O Espírito de Deus tem total liberdade para se manifestar onde quiser, independente de nossas vontades. (At 7.48-49)
44 – Nenhum pastor, bispo ou apóstolo (ou qualquer denominação que se dê ao líder da igreja local) é inquestionável. Tudo deve ser conferido conforme as Escrituras. Nenhum homem possui a “patente” de Deus para as suas próprias palavras. Portanto, estamos livres para, com base nas Escrituras, questionarmos qualquer palavra que não esteja de acordo com as mesmas. (At 17.11)
45 – Ninguém deve ser julgado por sua roupa, maquiagem ou estilo. As opiniões pessoais de pastores e líderes quanto ao vestuário e estilo pessoal não devem ser tomadas como Palavras de Deus e são passíveis de questionamentos. Mas que essa liberdade pessoal seja exercida como servos de Cristo, com sabedoria e equilíbrio. (Rm 14.22)
46 – Que nenhum pastor, bispo ou apóstolo se utilize do versículo bíblico “não toqueis no meu ungido” para tornarem-se inquestionáveis e isentos de responsabilidade por aquilo que falam e fazem no comando de suas igrejas. (Ez 34.2; 1 Cr 16.22)
47 – Que ninguém seja ameaçado por seus líderes de “perder a salvação” por questionarem seus métodos, palavras e interpretações. Que essas pessoas descansem na graça de Deus, cientes de que, uma vez salvas pela graça estão guardadas sob a égide do sangue do cordeiro, de cujas mãos, conforme Ele mesmo nos afirma, nenhuma ovelha escapará. (Jo 10.28-29)
48 – Que estejamos cada vez mais certos de que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens. Que a febre de erguermos “palácios” para Deus dê lugar à simplicidade e humildade do bebê que nasce na manjedoura, e nem por isso, deixa de ser Rei do Universo. (At 7.48-50)
49 – Que nenhum movimento, modelo, ou “pacote” eclesiástico seja aceito como o ÚNICO vindo de Deus, e nem recebido com a “solução” para o crescimento da igreja. Cremos que é Deus quem dá o crescimento natural a uma igreja que se coloca sob Sua Palavra e autoridade. (At 2.47; 1 Co 3.6)
50 – Que nenhum grupo religioso julgue-se superior a outro pelo NÚMERO de pessoas que aderem ao seu “mover”. Nem sempre crescimento numérico representa crescimento sadio. (Gl 6.3)
51 – Que a idolatria evangélica para com pastores, apóstolos, bispos, cantores, seja banida de nosso meio como um câncer é extirpado para haver cura do corpo. Que a existência de fã-clubes e a “tietagem” evangélica sejam vistos como uma afronta e como tentativa de se dividir a glória de Deus com outras pessoas. (Is 42.8; At 10.25-26)
52 – Reafirmamos que o véu que fazia separação entre o povo e o lugar santo, foi rasgado de alto a baixo quando da morte de Cristo. TODO cristão tem livre acesso a Deus pelo sangue de Cristo, não necessitando da mediação de quem quer que seja. (Hb 4.16; 2 Tm 2.15)
53 – Que os pastores, bispos e apóstolos arrependam-se de utilizarem-se de argumentos fúteis para justificarem suas vidas regaladas. Carro importado do ano, casa nova e prosperidade financeira não devem servir de parâmetros para saber se um ministério é ou não abençoado. Que todos nós aprendamos mais da simplicidade de Cristo. (Mt 8.20)
54 – Não reconhecemos a autoridade de bispos, apóstolos e líderes que profetizam a respeito de datas para a volta de Cristo. Ninguém tem autoridade para falar, em nome de Deus, sobre este assunto. (Mc 13.32)
55 – “O profeta que tiver um sonho, conte-o como sonho. Mas aquele a quem for dado a Palavra de Deus, que pregue a Palavra de Deus.” Que sejamos sábios para não misturar as coisas. (Jr 23.28)
56 – Que o ministério pastoral seja reconhecidamente um dom, e não um título a ser perseguido. Que aqueles que exercem o ministério, sejam homens ou mulheres, o exerçam segundo suas forças, com todo o seu coração e entendimento, buscando sempre servir a Deus e aos homens, sendo realmente ministros de Deus. (1 Tm 3.1; Rm 12.7)
57 – Que os cânticos e hinos sejam mais centralizados na pessoa de Deus no que na primeira pessoa do singular (EU). (Jo 3.30)
58 – Que ninguém seja obrigado a levantar as mãos, fechar os olhos, dizer alguma coisa para o irmão do lado, pular, dançar... mas que haja liberdade no louvor tanto para fazer essas coisas como para não fazer. E que ninguém seja julgado por isso. (2 Co 3.17)
59 – Que as nossas crianças vivam como crianças e não sejam obrigadas a se tornarem como nós, adultos, violentando a sua infância e fazendo com que se tornem “estrelas” do evangelho ou mesmo “produtos” a serem utilizados por aduladores e pastores que visam, antes de tudo, lotarem seus templos com “atrações” curiosas, como “a menor pregadora do mundo”, etc... (Lc 18.16; 1 Tm 3.6)
60 – Que as “Marchas para Jesus” sejam realmente para Jesus, e não para promover igrejas que estão sob suspeita e líderes questionáveis. Muito menos para promover políticos e aproveitadores desses mega-eventos evangélicos. (1 Co 10.31)
61 – Nenhuma igreja ou instituição se julgue detentora da salvação. Cristo está acima de toda religião e de toda instituição religiosa. O Espírito é livre e sopra onde quer. Até mesmo fora dos arraiais “cristãos”. (At 4.12; Jo 3.8)
62 – Que as livrarias ditas “cristãs” sejam realmente cristãs e não ajudem a proliferar literaturas que deturpam a palavra de Deus e que valorizam mais a experiência de algumas pessoas do que o verdadeiro ensino da Palavra. (Mq 3.11; Gl 1.8-9)
63 – Cremos que “declarações mágicas” como “O Brasil é do Senhor Jesus” e outras equivalentes não surtem efeito algum nas regiões celestiais e servem como fator alienante e fuga das responsabilidades sociais e evangelísticas realmente eficazes na propagação do Evangelho. (Tg 2.15-16)
64 – Consideramos uma afronta ao Evangelho as novas unções como “unção dos 4 seres viventes”, “unção do riso”, etc... pois além de não possuírem NENHUM respaldo bíblico ainda expõem as pessoas a situações degradantes e constrangedoras. (2 Tm 4.1-4)
65 – Cremos, firmemente, que todo cristão genuíno, nascido de novo, já possui a unção que vem de Deus, não necessitando de “novas unções”. (1 Jo 2.20,27)
66 – Lamentamos a transformação do culto público a Deus em momentos de puro entretenimento “gospel”, com a presença de animadores de auditório e pastores que, vazios da Palavra, enchem o povo de bobagens e frases de efeito que nada tem a ver com a simplicidade e profundidade do Evangelho de Cristo. (Rm 12.1-2)
67 – É necessário uma leitura equilibrada do livro de Cantares de Salomão. A poesia, muitas vezes erótica e sensual do livro tem sido de forma abusiva e descontextualizada atribuída a Cristo e à igreja. (Ct 1.1)
68 – Não consideramos qualquer instrumento, seja de que origem for, mais santo que outros. Instrumentos judaicos, como o shophar, não têm poderes sobrenaturais e nem são os instrumentos “preferidos” de Deus. Muitas igrejas têm feito do shophar “O” instrumento, dizendo que é ordem de Deus que se toque o shophar para convocar o povo à guerra. Repugnamos essa idéia e reafirmamos a soberania de Deus sobre todos os instrumentos musicais. (Sl 150)
69 – Rejeitamos a idéia de que Deus tem levantado o Brasil como o novo “Israel” para abençoar todos os povos. Essa idéia surge de mentes centralizadoras e corações desejosos de serem o centro da voz de Deus na Terra. O SENHOR reina sobre toda a Terra e ama a todos os povos com Seu grande amor incondicional. (Jo 3.16)
70 – Lamentamos o estímulo e o uso de “amuletos” cristãos como “água do rio Jordão”, “areia de Israel” e outros que transformam a fé cristã numa fé animista e necessitada de “catalisadores” do poder de Deus. (Hb 11.1)
71 – Que o profeta que “profetizar” algo e isso não se cumprir, seja reconhecido como falso profeta, segundo as Escrituras. (Ez 13.9; Dt 18.22)
72 – Rejeitamos as músicas que consistem de repetições infindáveis, a fim de levar o povo ao êxtase induzido, fragilizando a mente de receber a Palavra e prestar a Deus culto racional, conforme as Escrituras. (Rm 12.1-2; 1 Co 14.15)
73 – Deixemos de lado a busca desenfreada de títulos e funções do Antigo Testamento, como levitas, gaditas, etc... Tudo se fez novo em Cristo Jesus, onde TODOS nós fomos feitos geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. (1 Pe 2.9)
74 – Que então os ministros e dirigentes de música sejam simplesmente ministros e dirigentes de música, exercendo talentos e dons que Deus livremente distribuiu em Sua igreja, não criando uma “classe superior” de “levitas”, até porque os mesmos já não existem entre nós. (Rm 12.3-5)
75 – Que haja consciência sobre aquilo que se canta. Que sejamos fiéis à Palavra quando diz “cantarei com o meu espírito, mas também cantarei com meu entendimento”. (1 Co 14.15)
76 – Não consideramos que “há poder em nossas palavras” como querem os adeptos dessa teologia da “confissão positiva”. Deus não está sujeito ao que falamos e não serão nossas palavras capazes de trazer maldição ou benção sobre quem quer que seja, se essa não for, antes de tudo, a vontade expressa de Deus através de nossas bocas. (Gl 1.6-7)
77 – Rejeitamos a onda de “atos proféticos” que, sem base e autoridade nas Escrituras, confundem e desvirtuam o sentido da Palavra, ainda comprometendo seriamente a sanidade e a coerência das pessoas envolvidas. (Mt 7.22-23)
78 - Apresentar uma noiva pura e gloriosa, adequadamente vestida para o seu noivo, não consiste em “restaurar a adoração” ou apresentar a Deus uma falsa santidade, mas em fazer as obras que Jesus fez — cuidar dos enfermos e quebrantados de coração, pregar o evangelho aos humildes, e viver a cada respirar a vontade de Deus revelada na Sua palavra — deixando para trás o pecado, deixando para trás o velho homem, e nos revestindo no novo (Tg 1.27)
79 – Discordamos dos “restauradores das coisas perdidas” por não perceberem a mão de Deus na história, sempre mantendo um remanescente fiel à Palavra e ao Testemunho. Dizer que Deus está “restaurando a adoração”, “restaurando o ministério profético”, etc... é desprezar o sangue dos mártires, o testemunho dos fiéis e a adoração prestada a Deus durante todos esses séculos. (Hb 12.1-2)
80 – Lamentamos a transformação da fé cristã em shows e mega-eventos que somos obrigados a assistir nas TVs, onde a figura humana e as ênfases nos “milagres” e produtos da fé sobrepujam as Escrituras e a pregação sadia da Palavra de Deus. (Jo 3.30)
81 – Deus não nos chamou para sermos “leões que rugem”, mas fomos considerados como ovelhas levadas ao matadouro, por amor a Deus. Mas ainda assim, somos mais que vencedores por Aquele que nos amou. (Lc 10.3; Rm 8.36)
82 – Entendemos como abusivas as cobranças de “cachês” para “testemunhos”. Que fique bem claro que aquilo que é recebido de graça, deve ser dado de graça, pois nos cabe a obrigação de pregar o evangelho. (Mt 10.8)
83 – Que movimentos como “dança profética”, “louvor profético” e outros “moveres proféticos” sejam analisados sinceramente segundo as Escrituras e, por conseqüência, deixados de lado pelo povo que se chama pelo nome do Senhor. (2 Tm 4.3-4)
84 – Que a cruz de Cristo, e não o seu trono, sejam o centro de nossa pregação! (1 Co 2.2)
85 – Reafirmamos que, quaisquer que sejam as ofertas e dízimos, que sejam entregues por pura gratidão, e com alegria. Que nunca sejam dados por obrigação e nem entregues como troca de bênçãos para com Deus. Muito menos sejam dados como fruto do medo do castigo de Deus ou de seus líderes. Deus ama ao que dá com alegria! (2 Co 9.7)
86 – Que a igreja volte-se para os problemas sociais à sua volta, reconheça sua passividade e volte à prática das boas obras, não como fator para a salvação, mas como reflexo da graça que se manifesta de forma visível e encarnada. “Pois tive fome... e me destes de comer...” (Mt 25.31-46; Tg 2.14-18).
87 – Cremos, conforme a Palavra que há UM SÓ MEDIADOR entre Deus e os homens – Jesus Cristo. Nenhuma igreja local, ou seu líder, podem arrogar para si o direito de mediar a comunhão dos homens e Deus. (1 Tm 2.5)
88 – Lamentamos o comércio que em que se transformou a música evangélica brasileira. Infelizmente impera, por exemplo, a “máfia” das rádios evangélicas, que só tocam os artistas de suas respectivas gravadoras, alienam o nosso povo através da massificação dos “louvores” comerciais, e não dão espaço para tanta gente boa que há em nosso meio, com compromisso de qualidade musical e conteúdo poético, lingüístico e, principalmente, bíblico. (Mc 11.15-17)
89 – Que os pastores ajudem a diminuir a indústria de testemunhos e a “máfia” das gravadoras evangélicas. Que valorizem a simples pregação da Palavra ao invés do espetáculo “gospel” a fim de terem igrejas “lotadas” para ouvirem as “atrações” da fé. (1 Pe 5.2)
90 – Que sejamos livres para “examinarmos tudo e retermos o que é bom”. (1 Ts 5.21)
91 – Somente as Escrituras. (Jo 14.21;17.17)
92 – Somente a Graça. (Ef 2.8-9)
93 – Somente a Fé. (Rm 1.17)
94 – Somente Cristo. (At 17.28)
95 – Glória somente a Deus (Jd 24-25).
José Barbosa Junior (organizador).


Fonte: https://www.facebook.com/eneiasmendes/posts/10203728930504246

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Discipulado - Dietrich Bonhoeffer - Anotações



Galera,

Estou lendo esse livro. Excelente. Altamente recomendado.
Segue abaixo algumas anotações pra você ter uma ideia do conteúdo...

Prefácio
Aqui Bonhoeffer cita o “anseio” por aprender DE Cristo e SOBRE Cristo. Cita que nossos “métodos” ou nossa “pregação” pode afastar pessoas não somente da igreja, mas também de Cristo. Diz que o discipulado de Cristo é leve, não traz peso algum.
“O mandamento de Jesus é duro, desumanamente duro para quem se opõe à Ele. O mandamento de Jesus é suave e fácil para quem se sujeita voluntariamente À Ele" (Porque nisto consiste o amor a Deus: obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados - 1 João 5:3).
Demonstra a preocupação em não tornar o discipulado algo pesado a se cumprir na vida cotidiana ou
algo excludente.

1ª. Parte: Discipulado
1.1 – A Graça Preciosa
A “graça barata” corrompeu o verdadeiro Evangelho. Ela é vendida nas igrejas como “inesgotável tesouro” por “mãos levianas” e “sem custo”. Nela “o mundo encontra fácil cobertura” e por isso é uma “negação da encarnação do Verbo Vivo de Deus”. “Significa justificação do pecado e não do pecador”.
A “graça preciosa” chama ao discipulado verdadeiro. “Sobretudo porque Deus não achou que seu Filho fosse preço demasiado caro para pagar pela nossa vida”. Pedro ouviu duas vezes o chamado. Ao conhecer a Jesus e ao vê-Lo ressurreto. Entre esses dois chamados houve toda uma vida de discipulado.
A igreja de Roma tentou resolver isso criando os monastérios. Mas o erro foi fazer deles a solução em si mesma, não no discipulado. Mesmo assim, Lutero lá foi alcançado pela graça preciosa. Foi esse “o ataque mais incisivo que o mundo sofreu desde os tempos da primeira Igreja”. O que, “com as facilidades da vida monástica era praticado” “passava agora a ser algo necessário e ordenado a cada cristão no mundo”. “Assim se aprofundou de forma imprevisível o conflito entre a vida do cristão e a do mundo”.
Discorre então da incorreta utilização de frases de Lutero para apregoação da graça barata. Baseado em (Kierkgaard) que “o conhecimento adquirido não pode ser separado da existência em que foi obtido” o autor rebate essa tese. Lutero disse “Pecca fortiter, sed fortius fide et gaude in Christo”, que quer dizer “Peca com coragem, mas crê com coragem ainda maior e alegra-te em Cristo”. O autor apresenta a tese de que Lutero disse isso por entender ser isso algo intrínseco à vida cristã, um “consolo na tribulação e chamado ao discipulado” e não um justificador para o pecado.
O autor cita querer tratar sobre o assunto para aqueles à quem a Graça tornou-se vazia. E diz serem felizes aqueles que já percorrem o caminho do discipulado.

domingo, 18 de outubro de 2015

Bíblia "A Mensagem" para download

Amigos, 

Disponibilizo aqui a Bíblia A Mensagem em PDF (após longa e exaustiva e inacabada revisão).
Baixe, utilize e, encontrando o erro, por favor me avise pra acertar.
Grato.
Que seja para o nosso crescimento.
Basta clicar no link abaixo:

http://www.4shared.com/office/TK7c-vUDba/Bblia_A_Mensagem.html

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Devemos pregar o evangelho a cristaos?




A menos que você esteja empenhado em levar o evangelho a alguma tribo de nativos isolados nas Américas ou África, ou ainda a populações predominantemente islâmicas ou orientais, o mais provável é que estará pregando o evangelho a cristãos nominais. O mundo ocidental foi cristianizado há séculos e o nome de Jesus não é novidade para ninguém nestas partes do mundo.

Portanto, seu público, por assim dizer, será diferente daquele que os apóstolos ou os primeiros discípulos encontravam em seus esforços evangelísticos há dois mil anos. Ou eles pregavam a pagãos, que nunca tinham ouvido falar de um Deus único e muito menos do nome de Jesus, ou a judeus, que possuíam ao menos o conhecimento de Deus, porém ainda precisavam saber que em Jesus se cumpriam todas as Escrituras que hoje chamamos de Antigo Testamento. É destas duas classes que Paulo fala em Gálatas 2:7: “Antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão...”.

O mais próximo que temos de uma pregação a cristãos no Novo Testamento é o caso de Simão, o mago, em Atos 8:9-24. Seria bom você ler a passagem toda, mas basicamente ali encontramos um homem que ouviu o evangelho da boca de Filipe e creu, ao menos intelectualmente, no que Filipe dizia do reino de Deus e do nome de Jesus. Ats 8:13 “E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito”.

Repare que ele foi batizado, como a maioria da população ocidental hoje é, e“ficou de contínuo com Filipe”, como muitos hoje vivem na companhia daqueles que lhes pregaram a Palavra de Deus ou de outros convertidos. A isto chamamos hoje de cristandade, a “grande casa”, mencionada em 2 Timóteo 2, na qual há vasos para honra e para desonra, crentes verdadeiros e falsos. 

Embora a passagem de Atos 8 seja breve, podemos ver que por algum tempo Simão teve essa “vida cristã” na companhia de samaritanos que tinham genuinamente se convertido a Cristo. Enquanto Simão vivia seu cristianismo exterior misturado com aqueles que eram genuínos e receberiam o Espírito Santo, a notícia da conversão de samaritanos chegou a Jerusalém e Pedro e João foram visitá-los, quando também tiveram a oportunidade de testemunhar que aos samaritanos Deus também concedia o Espírito Santo. (Obs. O livro de Atos é um período de transição, portanto ali encontramos diferentes classes de pessoas -- judeus, gentios e samaritanos -- recebendo o Espírito em ocasiões e de maneiras distintas, uns antes de serem batizados nas águas, outros depois).

Mas voltando a Simão, o fim da história revela que, apesar de ter crido exteriormente e estar participando dos privilégios do cristianismo, ele era um falso professo que nem mesmo ousava pedir, de si mesmo, perdão a Deus por sua ganância de querer pagar para receber o Espírito Santo e depois lucrar com isso. O caso dele é muito semelhante ao dos judeus que tiveram contato com Jesus, os quais são descritos em Hebreus 6 e entre os quais inclui-se Judas, o traidor.

Heb 6:4-6 “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados [Judas foi], e provaram o dom celestial [Judas provou], e se tornaram participantes do Espírito Santo [o Espírito estava com os discípulos, mas não neles]. E provaram a boa palavra de Deus [Judas não perdeu um sermão de Jesus], e as virtudes do século futuro [o poder de curar e expulsar demônios que foi dado aos outros apóstolos, foi dado a Judas também], E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério”.

Repare que a passagem não fala de pessoas que realmente creram e foram salvas de seus pecados, mas apenas participantes dos privilégios do cristianismo como é hoje o cônjuge incrédulo de alguém verdadeiramente salvo. 1Co 7:14 “Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos”.

Portanto, hoje ao pregar o evangelho, você estará pregando a cristãos. Eles já foram mais que expostos ao nome de Jesus, sem muitos deles nunca terem entendido ou crido no evangelho. É um conhecimento apenas intelectual, na maioria das vezes misturado com muitos erros herdados do catolicismo, do protestantismo e do pentecostalismo. Que erros são estes?

O primeiro que me vem à mente é a ideia absurda de que você é salvo fazendo parte de alguma igreja. Esta ideia foi popularizada pelo catolicismo romano e mais tarde abraçada por segmentos protestantes, principalmente neo-pentecostais. Raciocine assim: O que é a igreja? Biblicamente falando (e não no sentido denominacional) é o corpo de Cristo, o conjunto dos que foram salvos por Cristo. Localmente ela é representada onde estiverem dois ou três congregados pelo Espírito, no meio dos quais o Senhor promete estar. Não é uma organização ou instituição, mas o corpo místico de Cristo manifestado de forma visível nos salvos por ele.

Agora vamos ao absurdo do conceito de a salvação estar na igreja: como poderia alguém ser salvo pelos salvos? Sim, pois se alguém diz que você só pode ser salvo se estiver em uma determinada companhia de cristãos, à qual dá o nome de “igreja”, a salvação já não está no Salvador, mas nos salvos por ele. Mas será que a Palavra de Deus diz que devemos estar em algum lugar? Sim, devemos estar em Cristo.

2Co_5:17 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

Portanto, ao pregarmos o evangelhos a cristãos devemos deixar claro que a igreja não garante a salvação, pois a igreja é o conjunto dos salvos. Não é a igreja que salva pecadores, mas é Jesus quem salva a igreja, o conjunto de pecadores salvos por Jesus.

Ef 5:25-27 Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.

Tit_2:14 O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial,

Certamente nenhum apóstolo ou discípulo do primeiro século precisou enfrentar um problema como este, de pregar o evangelho para pessoas que achavam que, por estarem inseridas em um determinado agrupamento de cristãos, estariam por isso a salvo da perdição eterna.

O mais perto que podemos ver disso, além do caso de Simão, o mago, são os destinatários da epístola aos Hebreus. Ali temos cristãos, nominais ou genuínos, aos quais é endereçada uma carta para mostrar a superioridade do sacrifício e sacerdócio de Cristo em relação às sombras dos sacrifícios e sacerdócio do judaísmo. As palavras “melhor” e “melhores” aparecem onze vezes na epístola, e no final aqueles judeus-cristãos são convidados a saírem fora do arraial judaico para se encontrarem com Cristo e compartilharem de sua rejeição.

Heb 13:10-13 Temos um altar, de que não têm direito de comer os que servem ao tabernáculo. Porque os corpos dos animais, cujo sangue é, pelo pecado, trazido pelo sumo sacerdote para o santuário, são queimados fora do arraial. E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério.

Hoje existe um “arraial” claramente visível na cristandade. Basta reparar no quanto de judaísmo existe impregnado em alguns grupos cristãos para entender. Templo, altar, vestes especiais, liturgia, sacerdotes, dízimo, incenso, música instrumental no louvor, levitas etc. são elementos emprestados do judaísmo. Assim como o autor da epístola aos Hebreus fez um apelo a todos aqueles judeus-cristãos para que se apartassem de vez do judaísmo, cabe também convidar hoje os cristãos a saírem do arraial; a saírem a Cristo fora desse sistema judaico que Deus já deu por encerrado e que muitos cristãos ainda insistem em piratear. Nenhum de nós pode identificar quem é ou não verdadeiramente salvo, pois "o Senhor conhece os que são seus", mas ao pregarmos o evangelho é bom discernir se estamos pregando a pessoas completamente alheias às Escrituras, ou a pessoas que até sejam versadas nelas, como eram os hebreus, porém dentro de uma ótica de um judaísmo cristão.

Repare que até aqui já tratamos de dois aspectos de crenças falsas encontrada entre cristãos nominais: a salvação por meio da igreja e a salvação por meio de rituais e costumes emprestados do judaísmo. Em muitas religiões da cristandade estas duas coisas andam juntas. Porém as religiões pentecostais introduziram mais um ingrediente nessa salada do mundo cristianizado, e este é a incerteza da possessão garantida de salvação, o que basicamente é a mesma coisa que a salvação por obras.

A ideia é mais ou menos esta: Você é salvo quando crê em Jesus, porém para permanecer salvo precisará cumprir uma série de requisitos, os quais variam de frequentar uma determinada denominação, ser batizado de uma determinada maneira, ou andar vestido dentro de um determinado padrão de “moda evangélica”.

Algumas vertentes mais sofisticadas desse evangelicalismo sutilmente introduziram a salvação pelo senhorio, que basicamente é ser salvo, mas sem permanecer salvo, a menos que esteja sob o senhorio de Cristo, isto é, em um contínuo arrependimento e sob a direção do Senhor. O cristão só poderá considerar se realmente  salvo quando chegar no final de sua jornada aqui ou se for hipócrita o suficiente para se iludir de que é 100% guiado pelo Senhor.

Mais uma vez a salvação acaba dependendo do homem, de sua obediência e perseverança, e não da obra completa de Cristo na cruz do calvário e da promessa inequívoca da Palavra de Deus, que nos dá a segurança de descansarmos em uma obra que do começo ao fim depende unicamente de Deus: 

Flp_1:6 Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;

1Ts_5:9 Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,

De tudo concluímos que, apesar de o evangelho ser simples e resumir-se às boas novas de que Cristo morreu por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação, e sabendo que ele é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê, quem evangeliza o mundo cristianizado poderá precisar ajudar a drenar a mente do evangelizado para excluir toda a lama teológica acumulada durante séculos de catolicismo romano, protestantismo e pentecostalismo, para então derramar a água pura da Palavra de Deus.

1Co 15:3-4 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. 

Rom_1:16 Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. 

Mas, considerando que essas vertentes cristãs -- catolicismo, protestantismo e pentecostalismo -- também trazem em seu bojo a doutrina de que a salvação é pela fé em Cristo e em seu sacrifício consumado na cruz, como saber separar o que é lama e o que é água da mensagem recebida e incorporada por alguém cristianizado? Procurando filtrar aquilo que exalta a Deus daquilo que exalta o homem. 

O evangelho puro -- Cristo morreu, Cristo ressuscitou -- exalta unicamente a Deus, que enviou o seu Filho para salvar. O evangelho misturado, que vai desde dizer que você é salvo por suas boas obras, até dizer que é salvo pela fé mas se mantém salvo pela perseverança, exalta o homem, porque no final a salvação terá sido uma conquista do salvo e não um presente recebido por graça imerecida.

No verdadeiro céu os redimidos por Cristo darão toda glória a Deus e ao Cordeiro e cantarão um novo cântico: “Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap 5:9). No imaginário céu da religiosidade cristã, seus esforçados adeptos cantarão o velho cântico de Caim: “Digno sou... porque por meio do fruto daquilo que com meus esforços plantei, cuidei e colhi aqui neste mundo conquistei e garanti o favor divino”.

Talvez aqui você diga que falando assim estou ofendendo católicos, protestantes e pentecostais. Considerando que no final não haverá católicos, protestantes ou pentecostais, mas Deus será tudo em todos (1 Co 15:28) não vejo a utilidade de se tentar defender coisas e rótulos que um dia deixarão de existir por terem sido inventadas por homens. Não é a Deus que você quer glorificar? Não é a Cristo que quer apresentar às pessoas para que sejam salvas? Então "por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura" (Is 55:2).

por Mario Persona 




(fonte: http://www.respondi.com.br/2013/04/devemos-pregar-o-evangelho-cristaos.html)

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Planos e Sonhos...

Minha reação é igualzinha a de Deus nesse vídeo, quando ouço alguém falar sobre Sonhos e Planos e Desejos....

Quando você vai entender o Evangelho?



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Sofrimentos e Tribulações

Me deparei há dias atrás com uma pregação onde o pasto dizia que “Jesus morreu para que você não sofra, para que você não tenha medo” e por aí vai... Depois vem aqueles “jargões” que costumo classificar como de auto-ajuda, do tipo “Jesus prometeu que iremos comer o melhor dessa terra”. O querido irmão era carismático, bem comunicativo, descia do púlpito e andava em meio aos demais falando, gritando, falando em línguas e tudo o mais.
Não fosse esse fato, teria ido tudo bem. Mas isso me deixou arrepiado, como um gato quando vê um cão.
No início, até cheguei a pensar que era um erro de comunicação, pois talvez ele quisesse dizer que, porque Jesus morreu numa cruz e temos a salvação, agora não precisamos ter mais medo, nem dar demasiada importância ao sofrimento. Mas depois do resto, não tive dúvida.
Confesso que fiquei sem dormir e com o estômago embrulhado. Até mesmo consultei outro pastor, que para mim é uma referência, embora não o conheça, o Pr. Renato Vargens para falar a respeito do assunto.
Mas, infelizmente, para minha vontade, ele confirmou o que eu já sabia. Trata-se da tão temida (antigamente, hoje pouca gente dá o devido valor) heresia.
Convenhamos, caro leitor, que trata-se de uma sutil mudança na ordem das coisas, mas que precede toda uma série de doutrinas contrárias à Palavra de Cristo.
Para combater essas heresias, primeiramente precisamos deixar claro, com base nas Escrituras, o que é o certo e o porquê o que foi parafraseado está, no mínimo, equivocado. Então vamos por partes:
  1. Jesus disse que iríamos sofrer, e isso é MUITO claro na Palavra. Em João 16:33b Ele foi incisivo ao dizer que “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. E daí Ele também deixou claro que Ele venceu, não nós. Bom ânimo é necessário àqueles que terão dificuldades. Quem tem vida mansa não precisa de bom ânimo, já o tem.
  2. Jesus morreu ÚNICA e EXCLUSIVAMENTE para nos livrar do pecado e da morte. Qualquer outra coisa que quiser se acrescer à isso é heresia. Ele faz outras coisas, sim, mas mediante Sua Graça, não por causa de sua morte. Sua morte foi para cumprir a Justiça de Deus, a qual exigia o derramamento de sangue para perdão de pecados (Hebreus 9:22b). O sangue dos animais derramado anteriormente não era definitivo, precisava ser feito com frequência (Hebreus 9:7), mas o sacrifício de Cristo foi feito de forma definitiva pelo perdão de TODOS os pecados (Hebreus 9:28a).
  3. Quanto ao “comer o melhor dessa terra” e muitos outras promessas do Velho Testamento (para Abraão, Josué, Davi, Salomão ou mesmo par ao povo de Israel) eram específicas para ele(s), não para nós. Ao contrário, conforme citado acima (João 16:33), podemos também citar Mateus 10:16: “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos”.

Nosso consolo deve ser que Jesus disse que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mateus 28:20). E ISSO NOS BASTA. Ora, se a presença do nosso redentor, Senhor, justificador e salvador não é o suficiente, o que será então?
Será que não nos tornamos como o mundo? Ora, vamos refletir: o que o mundo busca hoje? Você busca algo diferente? Mesmo?
Meu caro leitor, duras serão essas palavras, mas não as deixarei de escrever. Se você busca cura, felicidade, realização, prosperidade, respostas ou alguma outra coisa VOCÊ É UM IDÓLATRA! Sim, idólatra porque o centro de sua vida é você, não Deus.
Até o momento em que você perceba que sua vida não tem mais valor que a do estuprador, assassino, homossexual, adúltero, ladrão ou bandido para Deus, você não O conheceu. Não sou eu quem diz isso, querido. São Palavras deixadas para nossa reflexão. Leia em 1 João 4:8 “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”.
Veja, a Palavra não diz pra amar somente o convertido, ou o parente, ou o amigo, ou o colega, ou o membro da igreja. Não há restrição de quem amar. Temos que amar a todos. Agora, amar não é  concordar.
Qualquer um que teve educação sabe disso. Nossos pais e mães nos amavam, mas nem por isso nos deixavam pôr o dedo na tomada. Mas isso já é outro assunto pra outro post.
Voltando ao tema proposto, e como dito por Martinho Lutero: “A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude”.
Deus seja louvado hoje e eternamente. Amém.

(texto publicado originalmente em 05/2013)

Pedro, o Herege

Sim, Pedro, o apóstolo Pedro. Aquele que foi comissionado por Jesus, o Cristo, como a Pedra da Igreja (Mateus 16:18) se tornou um herege.
Isso na visão de alguns que acreditam que aqueles que interpretam algumas questões da Bíblia como sendo a única possível interpretação, e que aqueles que interpretarem de forma diferente deles estarão condenados ao inferno, bem como seus seguidores.
Coincidentemente, ou não, a maioria desses que conheço (e sigo em facebook, blogs e outras redes sociais), tem pouca ou quase nenhuma “fama” e buscam atacar aqueles que costumam aparecer mais no cenário evangélico ou não.
Para ser mais específico, sem citar nomes, apenas citando a questão, existem alguns que condenam alguns pastores que, mesmo não defendendo a teologia do Universalismo (a errada teologia que diz que todos serão salvos por Deus do inferno), nos fazem pensar em considerar a possibilidade de o julgamento de Deus ser diferente da forma que a interpretamos. Fazem-nos pensar “fora do quadradinho” desses pastores, que acham que a Bíblia é clara em tudo e não dá margem à diferentes interpretações.
Se assim o fosse, então Paulo, o apóstolo, quando repreendeu ao apóstolo Pedro sobre a questão de que comer carne não era objeto de salvação ou perdição (Gálatas 2) e Pedro não aceitou, continuando a defender a teologia vegetariana (kkkkk), então ele (Pedro) e seus seguidores deveriam ir para o inferno, e Pedro seria CULPADO pelo errado ensino das
Escrituras.
Particularmente, creio que teologias certas ou erradas não nos condenarão ao inferno. Pelo que entendo das Escrituras, creio que Deus não se preocupa com isso, mas que Ele se preocupa em que nosso coração e vida sejam DELE, somente DELE. A liberdade que Ele nos dá de pensar (e aí ela é pensar. Achar que saberemos tudo sobre o caráter, o julgamento e o pensamento de Deus é absolutamente RIDÍCULO) não muda o que Ele é ou o que faz. Nossas formas de ver e interpretar Deus são infinitamente inferiores àquilo que Deus é.
Óbvio que existem extremos. Mas como então devemos fazer para julgar essas formas de pensar e quem está certo ou errado? Jesus deixou algumas pistas, como, por exemplo, quando disse que devemos observas os frutos (Mateus 7:15-20). Outra é quando Ele disse que nem todo aquele que diz “Senhor! Senhor!” entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Deus (mesmo Mateus 7, versos 21 a 23).
Nisso é que devemos envidar esforços. Com isso devemos nos preocupar. Em fazer a vontade Dele. E qual é a vontade Dele? Simples: ame a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como à você mesmo. Retórico? Talvez, depende da forma como você interpreta a palavra amor.
Se você acha que amor é sentimento, sua vida cristã será de uma forma. Se você entende que amar é uma atitude, uma decisão, será outra. Espero que você possa ter os olhos abertos por Jesus para o fato de que amar não é sentimento, mas uma decisão, e que o próximo é qualquer outro ser humano criado por Deus à Sua imagem-semelhança (não é imagem “e” semelhança a melhor tradução, pois isso muda MUITA coisa em nossa vida cristã) e que isso significa que você não tem nenhum direito ou privilégio a mais que esse, mesmo que seu inimigo, mesmo que usado e possuído por Satanás, que a ÚNICA diferença é que você foi alcançado pela Graça e ele (queira Cristo que ainda) não.
Que possamos viver para Cristo, por Cristo, com Cristo e sob a orientação de Cristo.
Deus os abençoe...

(texto publicado originalmente em 11/2013)

Falso Cristianismo

Estou farto de ver pessoas compartilhando versículos bíblicos de promessas contidas no Velho Testamento e dizendo: “tomem posse”, ou “é só para aquele que crê”, ou pior, “determine isso em sua vida”.
Vamos, primeiramente, tratar da importância da ótica de se usar como régua de leitura e interpretação da Bíblia, o seu objetivo: JESUS CRISTO. Disso, se você discordar, nem continue lendo, pois, infelizmente, você precisa aprender o básico dos básicos.
Deixando isso MUITO CLARO, vamos agora analisar o porquê das promessas do Velho Testamento não serem válidas para os nossos dias, e aí, incluir-se-ão TODAS elas.
O que temos que entender é que Deus, quando escolheu Abrão, inclusive mudando seu nome para Abraão, e disse que ele seria o pai de uma grande nação, e que através dele todas as famílias da Terra seriam abençoadas (Gênesis 12:1-3), Deus estava demonstrando que através dele iria cumprir o prometido em Gênesis 3:15, ou seja, Jesus, o Cristo.
Isso era necessário pois o Messias tinha que ter uma identidade, uma cultura, fazer parte de um povo. E Deus escolheu Abraão para gerar esse povo: o povo de Israel.
Por “carregar” (se é que podemos usar esse termo) essa promessa, Deus cuidou da situação terrena do povo de Israel, por isso tantas promessas para esse povo eram terrenas. Porque a missão do povo de Israel era viabilizar o nascimento de Jesus.
Além disso, a Palavra nos deixa muito claro também em Hebreus 7 que o novo sacerdote, Jesus, o Cristo, veio e trouxe “mudança na lei” (v. 12). O que se entende dessa leitura (aliás, fazendo um parêntese, pouquíssimos são os pregadores que falam sobre isso) é que Jesus mudou a lei, e não apenas a cerimonial.
Mas isso acarreta em mudança nas promessas? Isso acarreta em uma mudança na forma de ver o mundo, de interpretar as promessas antigas e, como muito bem escrito pelo autor da carta, o qual se supõe ser o Apóstolo Paulo, no verso 18, “a ordenança da anterior é revogada”.
Deus, no Velho Testamento, trabalhava com uma nação, um povo. Hoje, esse povo, essa nação, é a Sua Igreja, que é povo, e sua nação, não uma nação terrena.
Outro erro absurdo é usar promessas feitas para pessoas específicas no Velho Testamento e aplicá-las nos dias de hoje, para a Igreja ou para as pessoas. Quando Deus falou à Abraão que através dele todas as nações seriam benditas, foi para ele. Não serve para nós. Da mesma forma, as demais promessas também não.
Para entender isso, é necessário PENSAR. Esse é o problema. O povo evangélico (nem gosto de usar esse termo, pois já está tão “batido”) está “emburrecido”, não é capaz de ler um texto e pensar, analisar, ler o contexto em que está inserido.
Quer um EXEMPLO ABSURDO? Vamos lá:
Zacarias 9:11-12 - “Quanto a você, por causa do sangue da minha aliança com você, libertarei os seus prisioneiros de um poço sem água. Voltem à sua fortaleza, ó prisioneiros da esperança; pois hoje mesmo anuncio que restaurarei tudo em dobro para vocês.”
Veja, que promessa bonita, maravilhosa... Mas, e o contexto onde ela está?
Ora, se você LER a Bíblia, o versículo anterior (e nesse caso são apenas os versículos, não há necessidade de ler o livro e entender o contexto sobre o qual trata), dois versículos atrás, para ser mais exato, você vai ver sobre o que se trata:
Zacarias 9:9 – “Alegre-se muito, cidade de Sião! Exulte, Jerusalém! Eis que o seu rei vem a você, usto e vitorioso, humilde e montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta.”
Essa “promessa maravilhosa” era um anúncio do que se cumpriu em Mateus 21, onde há até mesmo a referência à esta profecia. E, lendo Mateus 21, você verá o que Jesus fez aquele dia, e entenderá o cumprimento dessa profecia. E se ela já se cumpriu, não se aplica para os dias de hoje, para a Igreja, para você nem para mim.
O meu desejo é que você aprenda a LER a Bíblia e PENSAR, sim, PENSAR. O próprio Deus nos pediu isso em Isaías 1:18. Ora, mas isso não é uma promessa do Velho Testamento? Não, querido, existem “promessas”, existem “histórias” e existem “ensinamentos”. Nesse caso, não é uma promessa, é um registro de um profeta sobre o que Deus revelou sobre seu caráter, ou seja, assim como diz que Ele é Santo, Justo, Perfeito, Eterno, Reto, Bom, entre muitas outras coisas, diz também que Ele gosta de discutir os assuntos conosco.
Mas, e hoje então, quais são as nossas promessas? As para essa Terra, são de sofrimento e perseguição, mas para a vindoura, são MARAVILHOSAS. Veja 1 Coríntios 2:9 e, se isso não te basta, nada mais irá. Como registrado em 2 Coríntios 12:9, isso nos basta, e se formos como em 1 Coríntios 15:19, somos mesmo “miseráveis”.
Leia TODA a Bíblia sob a ótica de Jesus, e entenda que o Velho Testamento é o registro de como Deus preparou a humanidade para receber o Cristo, e que o Novo Testamento é o que nos ensina a como levar esse Cristo para a humanidade.
Que Deus o abençoe...

(texto publicado originalmente em 08/2013)

Agradar a quem?

Estou passando por um PÉSSIMO momento em minha vida. Dentre os muitos problemas e preocupações, deparo-me com a questão de não ser do agrado de outros, sejam de casa ou de fora, irmãos ou parentes, conhecidos ou desconhecidos, de fato, isso não importa.
Torna-se necessária uma reflexão profunda sobre o assunto. Mas, como qualquer outra que busco realizar, essa reflexão partirá de determinadas “premissas”:
1 – EU sou um ser desprezível e falho;
2 – EU tenho procurado viver como deveria?
3 – EU tenho usado muito na minha vida o EU?
4 – Como eu deveria agir, segundo a Bíblia?
5 – Quais as razões que têm levado à esses comentários, ou seja, qual o intuito de se comentar coisas desse tipo?
Bom, analisando a primeira questão, bem sei que não sou flor que se cheire, que sofro de dor crônica e, talvez (pelo menos assim espero) por isso eu esteja constantemente de mau humor. Se algo aprendi em minha vida é que estou MUITO distante de ser aquilo que deveria. Mas também sei (sem falsa humildade, aliás, humildade é saber o que é e saber que isso vem de Deus, não se subvalorizar querendo vangloriar-se) que não sou mais o que era. Mas também sei que ainda há MUITO, MUITO, MUITO a mudar.
Partindo para a próxima premissa e explorando-a, sei que tenho tentado. Sei que poderia ser mais. Sei que deveria ser mais. Sei que tenho forças para mais. Mas sei que tenho ido a algum lugar diferente de onde estou. Algo que tenho aprendido é não apenas falar, mas fazer. E tenho procurado fazê-lo. Sou limitado e erro, diversas vezes, mas se algo que aprendi é “só erra quem faz”, e assim tenho ido, à trancos e barrancos.
Essa terceira premissa seja talvez, a mais importante. Não há como negar que o ser humano e, principalmente EU, acaba colocando como o centro da sua vida o EU, e não o Cristo e, desculpe se você discorda de mim, mas vou ofendê-lo, pois você é hipócrita. Não o estou julgando, apenas dizendo que, assim como eu, suas decisões são baseadas no que é melhor para você, ou para o que você acha que é certo (mas mesmo assim, é porque é o que você acha, não o que de fato é). Não sempre (às vezes há uma iluminação divina em nossas vidas e tomamos decisões e agimos pensando nos outros mais do que em nós), concordo com isso, mas na maioria, grande maioria das vezes. Olhando para mim, admito que o EU tem sido maior do que deveria ser.
Agora, dentro dessas premissas até aqui analisadas, vamos para a próxima e, certamente, a que iluminará todas as outras. Mas, mesmo aqui, há que se tomar cuidado para não tornar essa análise tendenciosa.
Poderia usar textos para justificar a conclusão, se já a tivesse em mente. Por exemplo:
Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29 – Versão Almeida Corrigida e Revisada)
E:
Acham que falo desse modo para manipular alguém? Ou para impressionar o próprio Deus? Ou para ganhar aplausos do povo? Se meu alvo fosse popularidade, eu não seria escravo de Cristo. Saibam que a Mensagem que transmiti a você não é mero discurso motivacional. Eu não a recebi de nenhuma tradição nem a aprendi em alguma escola. Eu a recebi diretamente de Deus e de Jesus Cristo. Estou certo de que vocês ouviram a história da minha vida, quando eu vivia no judaísmo. Na época, eu perseguia a igreja de Deus. Meu objetivo era destruí-la. Ninguém me superava no apego às tradições dos nossos antepassados. Mas Deus tinha planos para minha vida. Quando eu ainda estava no ventre da minha mãe, ele me escolheu e me chamou, por sua graça, cheia de generosidade! Por sua intervenção, revelou seu Filho a mim para que eu o anunciasse aos outros povos, os que não são judeus” (Gálatas 1:10-16 – Bíblia “A Mensagem” – tradução de Eugene Peterson)
Ou então:
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Romanos 12:18– Versão Almeida Corrigida e Revisada)
E:
Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos” (Romanos 14:1 – Versão NVI)
Partindo dos primeiros dois exemplos, poderia justificar minhas atitudes e pensamentos. Já partindo dos dois últimos textos, justificaria os argumentos que poderiam, entre muitos outros argumentos e textos, serem usados para contrariar minhas atitudes e pensamentos.
Mas então aí entramos na última premissa, e essa seja talvez a que vá orientar o caminho para onde irá minha análise. Será que comentários desse tipo de fato buscam tornar-me uma pessoa melhor? Pessoas que comentam ou reparam em minhas atitudes o fazem com amor? Ou seria eu, novamente, uma vidraça e os outros estariam com pedras na mão? Talvez não tão radicalmente assim, mas será que as pessoas não buscam um “comportamento padrão” ao qual todos devemos nos ajustar? Se assim o for, certamente não estou dentro desse “padrão”. O problema é, como dizem as Escrituras, o coração. De onde procedem essas palavras?
Um defeito em mim que reconheço, e certamente me traz mais problemas do que soluções, é que não consigo disfarçar o que sinto e penso. Quando não concordo com algo, minha face o deixa MUITO claro.
Mas também, por assim o ser, qualquer cara diferente “do padrão” pode ser, e geralmente o é, mal interpretada. Pensando bem, chamei isso de defeito, mas será que não deveríamos ser todos assim? Minha conclusão? Ainda tenho muito o que pensar, ouvir, ler e, acima de tudo, muito joelho no chão pra concluir alguma coisa. Algo sei e NUNCA mudará: não tomarei a “forma” desse mundo, seja ele o chamado “mundo” pelos “crentes” ou o “mundo dos crentes”. Assim como dizia Martinho Lutero:
"A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém"
E ainda mais, e também de autoria de Martinho Lutero:
"Preferiria que mestres verdadeiros e fiéis me repreendessem e me condenassem, e até mesmo
reprovassem meus caminhos, a que hipócritas me bajulassem e me aplaudissem como santo."
"Não tenho outro nome, senão o de pecador; pecador é meu nome; pecador, meu sobrenome."
"Diante da Palavra, todos precisam ceder."
"Não sei por quais caminhos Deus me conduz, mas conheço bem meu guia."
A paz de Cristo a todos...

(texto originalmente postado em 07/2013)