quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Agradar a quem?

Estou passando por um PÉSSIMO momento em minha vida. Dentre os muitos problemas e preocupações, deparo-me com a questão de não ser do agrado de outros, sejam de casa ou de fora, irmãos ou parentes, conhecidos ou desconhecidos, de fato, isso não importa.
Torna-se necessária uma reflexão profunda sobre o assunto. Mas, como qualquer outra que busco realizar, essa reflexão partirá de determinadas “premissas”:
1 – EU sou um ser desprezível e falho;
2 – EU tenho procurado viver como deveria?
3 – EU tenho usado muito na minha vida o EU?
4 – Como eu deveria agir, segundo a Bíblia?
5 – Quais as razões que têm levado à esses comentários, ou seja, qual o intuito de se comentar coisas desse tipo?
Bom, analisando a primeira questão, bem sei que não sou flor que se cheire, que sofro de dor crônica e, talvez (pelo menos assim espero) por isso eu esteja constantemente de mau humor. Se algo aprendi em minha vida é que estou MUITO distante de ser aquilo que deveria. Mas também sei (sem falsa humildade, aliás, humildade é saber o que é e saber que isso vem de Deus, não se subvalorizar querendo vangloriar-se) que não sou mais o que era. Mas também sei que ainda há MUITO, MUITO, MUITO a mudar.
Partindo para a próxima premissa e explorando-a, sei que tenho tentado. Sei que poderia ser mais. Sei que deveria ser mais. Sei que tenho forças para mais. Mas sei que tenho ido a algum lugar diferente de onde estou. Algo que tenho aprendido é não apenas falar, mas fazer. E tenho procurado fazê-lo. Sou limitado e erro, diversas vezes, mas se algo que aprendi é “só erra quem faz”, e assim tenho ido, à trancos e barrancos.
Essa terceira premissa seja talvez, a mais importante. Não há como negar que o ser humano e, principalmente EU, acaba colocando como o centro da sua vida o EU, e não o Cristo e, desculpe se você discorda de mim, mas vou ofendê-lo, pois você é hipócrita. Não o estou julgando, apenas dizendo que, assim como eu, suas decisões são baseadas no que é melhor para você, ou para o que você acha que é certo (mas mesmo assim, é porque é o que você acha, não o que de fato é). Não sempre (às vezes há uma iluminação divina em nossas vidas e tomamos decisões e agimos pensando nos outros mais do que em nós), concordo com isso, mas na maioria, grande maioria das vezes. Olhando para mim, admito que o EU tem sido maior do que deveria ser.
Agora, dentro dessas premissas até aqui analisadas, vamos para a próxima e, certamente, a que iluminará todas as outras. Mas, mesmo aqui, há que se tomar cuidado para não tornar essa análise tendenciosa.
Poderia usar textos para justificar a conclusão, se já a tivesse em mente. Por exemplo:
Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29 – Versão Almeida Corrigida e Revisada)
E:
Acham que falo desse modo para manipular alguém? Ou para impressionar o próprio Deus? Ou para ganhar aplausos do povo? Se meu alvo fosse popularidade, eu não seria escravo de Cristo. Saibam que a Mensagem que transmiti a você não é mero discurso motivacional. Eu não a recebi de nenhuma tradição nem a aprendi em alguma escola. Eu a recebi diretamente de Deus e de Jesus Cristo. Estou certo de que vocês ouviram a história da minha vida, quando eu vivia no judaísmo. Na época, eu perseguia a igreja de Deus. Meu objetivo era destruí-la. Ninguém me superava no apego às tradições dos nossos antepassados. Mas Deus tinha planos para minha vida. Quando eu ainda estava no ventre da minha mãe, ele me escolheu e me chamou, por sua graça, cheia de generosidade! Por sua intervenção, revelou seu Filho a mim para que eu o anunciasse aos outros povos, os que não são judeus” (Gálatas 1:10-16 – Bíblia “A Mensagem” – tradução de Eugene Peterson)
Ou então:
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Romanos 12:18– Versão Almeida Corrigida e Revisada)
E:
Aceitem o que é fraco na fé, sem discutir assuntos controvertidos” (Romanos 14:1 – Versão NVI)
Partindo dos primeiros dois exemplos, poderia justificar minhas atitudes e pensamentos. Já partindo dos dois últimos textos, justificaria os argumentos que poderiam, entre muitos outros argumentos e textos, serem usados para contrariar minhas atitudes e pensamentos.
Mas então aí entramos na última premissa, e essa seja talvez a que vá orientar o caminho para onde irá minha análise. Será que comentários desse tipo de fato buscam tornar-me uma pessoa melhor? Pessoas que comentam ou reparam em minhas atitudes o fazem com amor? Ou seria eu, novamente, uma vidraça e os outros estariam com pedras na mão? Talvez não tão radicalmente assim, mas será que as pessoas não buscam um “comportamento padrão” ao qual todos devemos nos ajustar? Se assim o for, certamente não estou dentro desse “padrão”. O problema é, como dizem as Escrituras, o coração. De onde procedem essas palavras?
Um defeito em mim que reconheço, e certamente me traz mais problemas do que soluções, é que não consigo disfarçar o que sinto e penso. Quando não concordo com algo, minha face o deixa MUITO claro.
Mas também, por assim o ser, qualquer cara diferente “do padrão” pode ser, e geralmente o é, mal interpretada. Pensando bem, chamei isso de defeito, mas será que não deveríamos ser todos assim? Minha conclusão? Ainda tenho muito o que pensar, ouvir, ler e, acima de tudo, muito joelho no chão pra concluir alguma coisa. Algo sei e NUNCA mudará: não tomarei a “forma” desse mundo, seja ele o chamado “mundo” pelos “crentes” ou o “mundo dos crentes”. Assim como dizia Martinho Lutero:
"A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém"
E ainda mais, e também de autoria de Martinho Lutero:
"Preferiria que mestres verdadeiros e fiéis me repreendessem e me condenassem, e até mesmo
reprovassem meus caminhos, a que hipócritas me bajulassem e me aplaudissem como santo."
"Não tenho outro nome, senão o de pecador; pecador é meu nome; pecador, meu sobrenome."
"Diante da Palavra, todos precisam ceder."
"Não sei por quais caminhos Deus me conduz, mas conheço bem meu guia."
A paz de Cristo a todos...

(texto originalmente postado em 07/2013)

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